A cura para diabetes foi encontrada? Não é verdade!
Textos compartilhados na web falam que já há vacina e que há terapias que curam a doença. Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes condena notícias falsas.
Um texto que circula pelas redes sociais diz que uma vacina contra
diabetes já foi anunciada oficialmente.
Um outro também bastante
compartilhado na web lista uma terapia capaz de curar a doença. Não é
verdade.
O texto sobre a vacina diz que "o mundo inteiro está comemorando a
notícia". Já o outro recomenda um método "comprovado cientificamente"
que promete com alguns passos reverter a doença.
Diabetes não tem cura, ainda não existe uma vacina no mercado para
evitá-la e não há tratamento milagroso para a doença, segundo o
presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Luiz Turatti. Ele alerta
para uma "tempestade de notícias falsas" divulgando terapias para a
doença.
Segundo Turatti, as falsas notícias aproveitam a fragilidade de quem
tem a doença para vender planos de alimentação. "Isso é um problema
grave, um problema de polícia. Essas notícias existem há algum tempo,
mas se intensificaram."
"Diabetes é uma doença que não tem cura. Existe o controle, se a pessoa
tiver um plano alimentar adequado, prática de atividade física, estilo
de vida saudável e uso de medicamentos de acordo com a recomendação
médica", afirma.
O médico aponta o caminho adequado para quem recebe promessas de cura
de diabetes. "Essa pessoa precisa buscar informação com o médico dela. É
o profissional mais adequado, que saberá o que fazer.
Preço
encarecidamente que as pessoas não busquem informações em sites leigos
ou que não tenham validação científica."
Sobre a vacina, existe, de fato, um estudo nos Estados Unidos
para reversão do diabetes tipo 1 usando a vacina contra tuberculose.
Segundo Turatti, no entanto, os testes ainda estão em fase preliminar e
não é possível dizer que já existe uma vacina ou que ela foi anunciada
oficialmente e já poderá ser usada. Além disso, 90% dos casos no Brasil
são de diabetes tipo 2.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, o Brasil tem 14,3
milhões de pessoas com diabetes e metade das pessoas com diabetes não
sabe que tem o problema. Anualmente 130 mil pessoas morrem devido ao
diabetes no Brasil.
O que é
Diabetes mellitus (DM) não é uma doença única, mas um grupo heterogêneo
de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia,
provocada por defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou
em ambas. Em resumo, é a elevação da glicose no sangue.
Os alimentos sofrem digestão no intestino e se transformam em um tipo
de açúcar (glicose), que é absorvido para o sangue. A glicose no sangue é
usada pelos tecidos como energia, mas a utilização da glicose depende
da presença de insulina - substância produzida nas células do pâncreas.
Quando a glicose não é bem utilizada pelo organismo ela se eleva no
sangue, ao que se dá o nome de hiperglicemia.
Diabetes tipo 1
É também conhecido como diabetes insulinodependente. Neste tipo de
diabetes, a produção de insulina do pâncreas é insuficiente, pois suas
células sofrem o que é chamado de destruição autoimune. Os portadores de
diabetes tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para
manterem a glicose no sangue em valores normais. Há risco de vida se as
doses de insulina não são dadas diariamente. O diabetes tipo 1, embora
ocorra em qualquer idade, é mais comum em crianças, adolescentes ou
adultos jovens.
Diabetes tipo 2
É chamado de diabetes não insulinodependente e gestacional. É o
diabetes do adulto e aparece geralmente em pessoas obesas com mais de 40
anos de idade, embora atualmente também seja visto com maior frequência
em adultos jovens, por causa de maus hábitos alimentares, falta de
atividade física e estresse da vida urbana.
No diabetes tipo 2 existe a presença de insulina, mas a ação dela é
dificultada pela obesidade, o que é conhecido como resistência
insulínica, uma das causas de hiperglicemia.
Por ter poucos sintomas, o diabetes, na maioria das vezes, permanece
por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento, o que favorece a
ocorrência de suas complicações no coração e no cérebro, entre outros
órgãos.
Sintomas
Cerca de metade dos portadores de diabetes tipo 2 desconhece que tem a
doença. Mas o diagnóstico precoce do diabetes é importante, pois o
tratamento evita complicações. Os sintomas mais comuns são:
urinar
excessivamente, inclusive à noite, sede excessiva, aumento do apetite,
perda de peso. Em pessoas obesas, a perda de peso acontece mesmo comendo
de maneira excessiva, cansaço, vista embaçada ou turvação visual e
infecções frequentes, sendo mais comuns as infecções de pele.
No diabetes tipo 2 os sintomas aparecem aos poucos e, muitas vezes, podem não ser percebidos.
Quando o diagnóstico não é feito aos primeiros sintomas os portadores
de diabetes tipo 1, podem até perder a consciência e entrar em coma, uma
situação de emergência e grave. Diante de qualquer sintoma, um médico
deve ser procurado para realização de exames que esclarecerão o
diagnóstico.
Quem pode ter diabetes
A presença de uma ou mais das seguintes condições sugerem a
possibilidade da presença de diabetes: familiares próximos com diabetes,
idade maior que 45 anos, excesso de peso ou obesidade, pressão alta,
colesterol elevado e mães de nascidos com mais de quatro quilos.
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