Instituto do Câncer Dr. Arnaldo irá reduzir pela metade nº de cirurgias de alta complexidade por mês
Crise financeira do hospital faz cair de 260 para 130 as cirurgias mensais. Hospital de SP diz que recebe do SUS somente pela metade das internações.
Por Renato Biazzi, TV Globo
O Instituto do Câncer Doutor Arnaldo Vieira de Carvalho vai reduzir
pela metade o número de cirurgias de alta complexidade. As cirurgias vão
diminuir de 260 para 130 por mês por causa da crise financeira, e a
triagem dos pacientes começa na segunda-feira (10).
O aposentado Manoel Filial retirou um tumor do intestino no começa da
semana e se recupera bem ao lado da família. “Foi tudo bem, bem
atendido. A esperança de melhorar e viver mais uns dias, né?”, disse.
Ele ocupa um dos 75 leitos do instituto do Câncer para pacientes que
precisam de cirurgias de alta complexidade.
O hospital especializado em câncer mais antigo do país é um dos poucos
que atendem 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na capital paulista.
“Vamos reduzir em 50% as internações cirúrgicas a partir da
segunda-feira (10), consequentemente, metade dos pacientes não serão
mais operados na instituição. Vamos reduzir de 4 para 2 salas cirúrgicas
e de 4 anestesistas para 2 anestesistas e a rede vai ter que absorver
esses pacientes que são direcionados para o Instituto”, afirmou Pascoal
Marracini, diretor administrativo do Instituto do Câncer.
A administração do hospital diz que opera no vermelho há 8 meses. Dos
260 pacientes internados para cirurgias por mês, recebe do SUS apenas
pela metade das internações.
A direção da unidade diz que antes conseguia complementar as verbas do
governo federal com a ajuda de recursos de emendas parlamentares
aprovadas na Câmara Municipal, mas o repasse foi suspenso em agosto do
ano passado.
Na tentativa de aumentar o repasse do SUS, representantes do Instituto
estiveram nesta quinta-feira (6) em Brasília para conversar com o
ministro da Saúde, mas não obtiveram sucesso.
“Se não houver caminho, nós teremos que também seguir esse caminho de
deixar de atender pacientes do SUS para uma parte, uma grande maioria,
começar a atender convênios até pra que nós não levemos à falência um
hospital que tem 97 anos”, declarou Sérgio Luiz Innocenzi, presidente do
Instituto do Câncer Doutor Arnaldo.
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