USP aponta que atividade física é mais eficaz que dieta contra osteoporose na menopausa
Estudo feito em Ribeirão Preto evidenciou que exercícios ajudam a combater perdas ósseas em mulheres com mais de 50 anos. Prática não dispensa o hábito da alimentação saudável.
Um estudo realizado por pesquisadores da USP confirmou a eficácia da
atividade física na prevenção da osteoporose para mulheres em menopausa.
Segundo a pesquisa divulgada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto (FMRP), o hábito de se exercitar se mostrou mais relevante para a
saúde óssea após os 50 anos do que a alimentação, que também influencia
na disfunção.
Caracterizada pelo enfraquecimento dos ossos, a osteoporose é irreversível e atinge um terço das mulheres,
segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). A disfunção
está associada a fatores como a queda de produção de estrógenos -
hormônios femininos - com a chegada da menopausa.
"A ausência do estrógeno observada na menopausa resulta na
interferência na homeostase óssea e acaba interferindo na remodelação
óssea, havendo assim uma perda óssea. Existem estudos que apontam que
nos cinco primeiros anos há perda de 10% a 15% da massa óssea, podendo
chegar a 30% ou 40% após a menopausa", afirma Ana Paula Macedo,
pesquisadora responsável pelo estudo feito em Ribeirão Preto, no
laboratório de bioengenharia da FMRP.
Atividade física e dieta
Evitar uma alimentação rica em gorduras é uma maneira de evitar futuros
problemas nos ossos, mas, após um ano de testes de laboratório, os
pesquisadores levantaram evidências de que atividades físicas como
correr na esteira, por exemplo, são mais determinantes.
"Principalmente se ele for praticado mesmo antes da menopausa ou logo
no início dela você vai ter uma ação preventiva do exercício sobre a
massa óssea, uma vez que na prática do exercício você tem a estimulação
mecânica do osso para a sua remodelação", afirma Ana Paula.
Em seu estudo, a pesquisadora avaliou massa corporal, densidade mineral
e resistência óssea de ratas que tiveram os ovários retirados
cirurgicamente a fim de simular a falta de hormônios na menopausa.
Ao avaliar o comportamento de animais sedentários e outros submetidos à
prática de corridas em esteiras, o estudo levantou indícios de que
aqueles que se movimentaram tiveram menor perda óssea. Apesar disso, o
estudo também evidencia que as ratas que consumiram maior quantidade de
gordura tiveram maior diminuição no conteúdo mineral dos ossos.
Ao fim dos experimentos, ela concluiu que a alimentação é importante,
mas o exercício físico é essencial para quem quer prevenir a
osteoporose. A interação entre práticas físicas e alimentação segue no
foco dos estudos do laboratório de bioengenharia da USP.
"Ele não consegue barra totalmente a perda óssea após a menopausa, mas já diminui o efeito observado."
Ana Paula adverte sobre os efeitos negativos de dietas ricas em gordura
na microarquitetura óssea e a interferência de concentrações de
lipídeos acima dos níveis recomendados na remodelação dos ossos.
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