Bactérias do intestino podem desencadear ansiedade e depressão
Estudo de universidade canadense explora pela primeira vez a relação entre esses micro-organismos e o estresse
por O Globo
Estudo com camundongos provou a relação entre bactérias do intestino e alterações psicológicas
- ROBERT F. BUKATY / AP
RIO - Bactérias do intestino têm um papel importante na indução de
ansiedade e depressão, segundo um estudo da Universidade McMaster, no
Canadá, publicado nesta terça-feira na revista “Nature Communications”. O
estudo explora pela primeira vez a relação da microbiota intestinal com
os comportamentos decorrentes do estresse.
— Mostramos pela primeira vez esta relação que envolve não só a bactéria, mas também seu ambiente — explica Premysl Bercik, autor do estudo e professor associado de medicina da McMaster.
Neste estudo, os pesquisadores submeteram camundongos recém-nascidos ao estresse separando-os de suas mães durante três horas por dia, do terceiro ao 21º dia de nascimento. Primeiro, Bercik e equipe confirmaram que camundongos normais (os de controle, com complexa microbiota) apresentavam comportamentos parecidos com ansiedade e depressão quando separados das mães, além de apresentar níveis anormais do hormônio corticosterona. Estes ratos também tiveram disfunção intestinal a partir da liberação de um neurotransmissor importante, a acetilcolina.
Em seguida, eles repetiram o mesmo experimento em condições livres de germes e descobriram que, na ausência de bactérias, os ratos separados das mães apresentavam os mesmos níveis de corticosterona e a disfunção intestinal, mas sem sinais de ansiedade ou depressão.
Depois,
os pesquisadores descobriram que quando os ratos livres de germes
maternalmente separados eram colonizados com bactérias de ratinhos de
controle, a composição bacteriana e a atividade metabólica pareciam
alteradas por várias semanas, e os ratinhos começaram a apresentar
ansiedade e depressão.
Bercik acredita que este é mais um passo na compreensão de como
microbiota pode moldar o comportamento do hospedeiro e que isso pode
estender as observações originais no campo de transtornos psiquiátricos.
— Seria importante determinar se isto também se aplica aos seres humanos: se podemos, por exemplo, detectar perfis de microbiota anormais ou atividade metabólica microbiana diferente em pacientes com transtornos psiquiátricos primários, como ansiedade e depressão.
— Mostramos pela primeira vez esta relação que envolve não só a bactéria, mas também seu ambiente — explica Premysl Bercik, autor do estudo e professor associado de medicina da McMaster.
Neste estudo, os pesquisadores submeteram camundongos recém-nascidos ao estresse separando-os de suas mães durante três horas por dia, do terceiro ao 21º dia de nascimento. Primeiro, Bercik e equipe confirmaram que camundongos normais (os de controle, com complexa microbiota) apresentavam comportamentos parecidos com ansiedade e depressão quando separados das mães, além de apresentar níveis anormais do hormônio corticosterona. Estes ratos também tiveram disfunção intestinal a partir da liberação de um neurotransmissor importante, a acetilcolina.
Em seguida, eles repetiram o mesmo experimento em condições livres de germes e descobriram que, na ausência de bactérias, os ratos separados das mães apresentavam os mesmos níveis de corticosterona e a disfunção intestinal, mas sem sinais de ansiedade ou depressão.
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— Seria importante determinar se isto também se aplica aos seres humanos: se podemos, por exemplo, detectar perfis de microbiota anormais ou atividade metabólica microbiana diferente em pacientes com transtornos psiquiátricos primários, como ansiedade e depressão.
Fonte: http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/bacterias-do-intestino-podem-desencadear-ansiedade-depressao-16993713
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