sexta-feira, 24 de julho de 2015

FEBRE ZIKA – ZIKA VÍRUS


O Zika vírus (ZIKV) é um vírus da família Flaviviridae, o mesmo da dengue e da febre amarela. Ele é responsável por uma doença chamada febre Zika, que apresenta sinais e sintomas similares aos da dengue, porém mais brandos. E as semelhanças não acabam por aqui, a febre Zika também é uma infecção típica de países de clima tropical, transmitida através de mosquitos, como o Aedes aegypti.

Neste artigo vamos explicar o que é a febre Zika, quais são os seus sintomas, formas de transmissão, métodos diagnósticos e opções de tratamento.
Neste texto vamos abordar exclusivamente a febre Zika.

O que é o Vírus Zika / Febre Zika

O vírus Zika é responsável pelo desenvolvimento de uma doença febril, que costuma apresentar um quadro clínico semelhante ao da febre Chikungunya, que é uma espécie de dengue mais branda.
O vírus Zika foi identificado pela primeira vez em 1947, em Uganda, em um macaco rhesus que estava sendo utilizado em uma pesquisa sobre febre amarela. Até aquele momento, o vírus era desconhecido e não havia casos relatados de infecção nos seres humanos. A primeira descrição de febre Zika em humanos ocorreu em 1954, na Nigéria. Desde de então, casos esporádicos de febre Zika têm sido descritos em países da África tropical e sudeste da Ásia.
Em 2007, porém, o primeiro grande surto de febre Zika foi descrito na Micronésia, no Pacífico sul. De lá pra cá, várias ilhas do Pacífico sul têm apresentado casos frequentes de febre Zika, o que tem chamado a atenção das autoridades de saúde sobre uma possível disseminação do vírus por vários países da Oceania e da Ásia.
Inesperadamente, o vírus Zika foi descoberto no Brasil em Maio de 2015, na Bahia, trazido provavelmente por algum turista. Alguns especialistas acham que a introdução do vírus no Brasil se deu durante a maciça vinda de turistas na Copa do Mundo de 2014.

Transmissão da febre Zika

Assim como o vírus da febre amarela, o vírus Zika pode causar doença em seres humanos e macacos, sendo ambos um reservatório para a contaminação de mosquitos da família Aedes, tais como Aedes aegypti, Aedes africanus, Aedes apicoargenteus, Aedes furcifer, Aedes luteocephalus e Aedes vitattus. Destes, apenas o primeiro existe no Brasil. O Aedes albopictus, outro membro da família Aedes existente no Brasil, é também um provável vetor da febre Zika, apesar do isolamento do vírus neste mosquito ainda não ter sido demonstrado.
O Aedes aegypti infecta-se com o Zika vírus toda vez que ele pica uma pessoa ou macaco previamente infectado. Assim como ocorre na dengue e na febre amarela, o mosquito não torna-se imediatamente um transmissor do vírus. Após ser ingerido pelo mosquito, o Zika vírus ainda precisa de cerca de 10 dias para multiplicar-se e migrar do sistema digestivo para as glândulas salivares do Aedes. Só a partir deste momento é que o mosquito passa a ser capaz de transmitir o vírus durante a picada.
A febre Zika não é uma doença contagiosa, portanto, não é preciso impedir que o paciente infectado tenha contato com outras pessoas.

Sintomas da febre Zika

Após ser picado por um mosquito Aedes contaminado, o paciente leva de 3 a 12 dias (período de incubação) para começar a apresentar manifestações clínicas. Estima-se que apenas 1 em cada 5 pessoas contaminadas irá desenvolver sintomas da febre Zika.
Dentre aqueles que desenvolvem sintomas, o quadro costuma ser de febre (por volta de 38-38,5ºC), dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, principalmente as pequenas, como dedos das mãos e dos pés, conjuntivite, dor nos olhos, fotofobia, coceira na pele e rash (erupções avermelhadas na pele).
São sintomas menos comuns, mas também possíveis: dor abdominal, diarreia, prisão de ventre, aftas, tontura ou perda do apetite.
Rash febre zika 
As manchas vermelhas que surgem na pele na febre Zika são chamadas de rash maculopapular, o que significa que são pequenas e múltiplas manchas avermelhadas com discreto relevo. Essas pequenas manchas pode se confluir, formando grandes manchas avermelhadas.
O rash da febre Zika costuma ser bem difuso, iniciando-se na face e depois disseminando-se pelo pescoço, tronco e membros. Com 2 a 3 dias, o rash começa a melhorar e desaparece dentro de 1 semana.
A febre Zika é uma infecção benigna, que costuma durar de 2 a 7 dias e não provoca complicações hemorrágicas como a dengue.
A distinção entre a febre Zika, a febre Chikungunya e casos mais brandos de dengue apenas pelos sinais e sintomas é muito difícil de ser feita. Para tal, são necessários exames laboratoriais.

Diagnóstico da febre Zika

O diagnóstico de certeza da febre Zika é feito através de um exame de sangue chamado sorologia para o Zika vírus. A sorologia consiste na pesquisa de anticorpos específicos contra o vírus Zika. A lógica por trás desse exame é a seguinte: só terá anticorpos contra o vírus Zika, as pessoas que já foram contaminadas pelo mesmo.
Os primeiros anticorpos contra o vírus Zika costumam surgir com 5 dias de doença. Em geral, sugere-se que o paciente faça o exame de sangue no 5ª dia de doença e depois repita-o após 2 a 3 semanas para que os níveis de anticorpos possam ser comparados.
Existe também uma técnica chamada de PCR, que pesquisa diretamente no sangue do paciente a presença de material genético do vírus. Esse exame é mais confiável, porém é mais caro e não está disponível em todos os locais.
Como a febre Zika é benigna e de curta duração, o diagnóstico acaba servindo muito mais para controle epidemiológico do que para auxílio no tratamento. Na verdade, quando o resultado do exame de sangue fica pronto, a grande maioria dos pacientes já não apresenta mais sintomas da doença.

Tratamento da febre Zika

A febre Zika é uma doença autolimitada, que cura-se espontaneamente em poucos dias. A doença não costuma provocar as complicações hemorrágicas comuns na dengue.
Não há nenhum tratamento específico para essa virose. O recomendado é repouso e ingestão de líquidos. Para o tratamento da dor e da febre, o mais recomendado é o paracetamol. Como é difícil a distinção da febre Zika com formas mais brandas ou iniciais de dengue, o  uso de ácido acetilsalicílico (aspirina) ou anti-inflamatórios é desencorajado.
Não há vacina para febre Zika, e o controle da doença na população passa pelo controle dos focos de Aedes aegypti.
Fonte: http://www.mdsaude.com/2015/05/zika-virus.html

Zika Vírus - Saiba tudo sobre essa nova ameaça! 

 

11/12/2015 às 13h41 (Atualizado em 11/12/2015 às 14h48)

Brasil testa duas 'armas' contra o Aedes aegypti; saiba quando teremos resultado

Manipulação genética e inoculação do mosquito são opções em análise
Possibilidade de nova epidemia assusta população e especialistas buscam formas de eliminar o mosquito transmissorDivulgação
O Brasil enfrenta uma tríplice epidemia do zika vírus, dengue e febre chikungunya. Em comum, essas doenças têm o vetor de transmissão, o mosquito Aedes aegypti, inseto que está longe de ser exterminado, mas cujo controle poderia significar a solução a todos esses problemas.
Dois projetos promissores de biotecnologia vem sendo testados no país há alguns anos, entretanto, os resultados ainda não são sentidos em larga escala. O primeiro, que aposta em um esquema de inoculação do inseto com uma bactéria que o impede de transmitir doenças tropicais, ainda está em fase de testes e seu impacto levará de 3 a 5 anos para ser avaliado.
A estratégia do segundo projeto visa o extermínio do mosquito em determinadas regiões através do uso de espécies manipuladas geneticamente. A técnica teria sido testada com sucesso, segundo a empresa que "fabrica" o mosquito transgênico - mas causou polêmica em Jacobina (BA), cidade que serviu de teste-piloto. Mesmo assim, a cidade de Piracicaba (SP), adotou o programa desde abril, com resultados promissores (ou 'e ainda não trouxe resultados concretos') .
Abaixo, a reportagem explica as duas principais frentes de combate ao Aedes aegypti e as perspectivas de eles se tornarem realidade:
O mosquito inoculado
No Rio de Janeiro, a Fundação Oswaldo Cruz, Fiocruz, está inoculando mosquitos com a bactéria Wolbachia, na esperança de incapacitar o inseto a transmitir doenças tropicais.
Essa proposta seria uma solução não transgênica ao controle das doenças, pois exclui alteração genética, explicou o pesquisador e coordenador do projeto Luciano Moreira.
— A estratégia da Wolbachia é diferente pois tem como objetivo a substituição da população de mosquitos que eram aptos a transmitir o vírus da dengue por mosquitos que não conseguem transmitir. O nicho biológico não é mexido, os mosquitos continuam lá.
A presença da bactéria no organismo do mosquito bloquearia a transmissão de doenças tropicais. A pesquisa da Fiocruz é em parceria com a universidade australiana Monash e faz parte de um projeto global de combate à dengue.
Machos com Wolbachia que acasalam com fêmeas nativas resultam em ovos que não vingam. Já o cruzamento entre dois mosquitos com Wolbachia resulta em filhotes portadores. Quando apenas a fêmea está infectada, os ovos que ela gerar também carregarão a bactéria consigo.
O coordenador mundial do projeto, o cientista australiano Scott O'Neil, afirmou que esse mecanismo funciona não apenas para a dengue, mas também para diversas outras doenças, inclusive para o zika.
Testes
Em Tubiacanga, uma região no Rio de Janeiro onde os testes estão sendo realizados, os primeiros mosquitos começaram a ser soltos entre setembro de 2014 e janeiro de 2015. Ao final de 20 semanas, cerca de 65% dos mosquitos da região estavam infectados com a bactéria. Após o resultado inicial satisfatório, porém, houve queda na população de mosquitos positivos e uma nova dispersão foi necessária em agosto de 2015.
Os pesquisadores estimam que a mortandade deveu-se à fragilidade dos mosquitos aos inseticidas e para resolver isso cruzaram espécimes de laboratório com os outros comumente encontrados na região, o que resultou em melhor adaptabilidade do vetor. Em Tubiacanga também foram colocados dispositivos contendo ovos, onde novos mosquitos cresciam antes de povoar a região.
O esforço repetido deu retorno científico e "atualmente, mais da metade dos mosquitos já tem Wolbachia", informou Moreira. O teste, porém, ainda não resultou em uma redução sólida nos casos de dengue.
— Quando você pergunta sobre a queda em casos de dengue, é importante destacar que este não é o indicador desta fase do projeto. Na fase atual, o objetivo é observar a capacidade de estabelecimento dos mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia em situações reais, por meio de estudos de campo.
Segundo ele, os estudos em larga escala, em que o impacto sobre a transmissão da dengue poderá ser mensurado, devem ser concluídos em 3-5 anos, considerando-se que as condições de financiamento sejam mantidas. O objetivo da pesquisa mundial é viabilizar uma forma de controle do vetor que custe apenas US$ 1 de investimento per capita.
O mosquito transgênico
Uma outra proposta é o extermínio da população de Aedes aegypti por meio do emprego de mosquitos geneticamente modificados. Essa estratégia é defendida por uma joint-venture formada pela Oxitec e pela Moscamed. A Oxitec é uma empresa subsidiária da Intrexon, multinacional de biotecnologia cotada na bolsa de valores de Nova Iorque. A Moscamed é uma entidade brasileira sem fins lucrativos. A parceria possui uma fábrica de insetos modificados em Juazeiro na Bahia.
Os mosquitos OX513A machos receberam dois genes. O primeiro é um sistema de ativação construído a partir de DNA sintético, feito da fusão da bactéria Escherichia coli e do vírus comum causador de herpes. O segundo é um gene da espécie de coral marinho Discosoma, que serve como marcador fluorescente para que os mosquitos tenham uma luz diferente dos insetos comuns e sua presença num ambiente possa ser detectada com uma luz especial.
O primeiro gene tem o objetivo de encurtar a vida do inseto e levar ao extermínio da espécie em uma região. Isso ocorre à medida que mosquitos modificados machos cruzam com mosquitos normais fêmeas e produzem descendentes que não sobreviverão até a idade adulta justamente por carregarem o gene da letalidade. Como o mosquito só dura uma geração, é necessário que o ambiente seja continuamente alimentado por novos transgênicos até que se chegue ao extermínio.
O pesquisador do Imperial College de Londres Tony Nolan, explica que o método da Oxitec é eficaz, porém complicado. "Você precisa escala industrial para inundar o ambiente de mosquitos e precisa continuamente soltar esses mosquitos no ambiente", explicou.
A CNTBio, órgão do ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, liberou o uso comercial do mosquito transgênico apesar das preocupações manifestadas por organizações civis e pela prefeitura da cidade de Jacobina, na Bahia, onde foram realizados testes com o mosquito para reduzir os casos de dengue.
Os mosquitos modificados foram soltos em junho de 2013 em um bairro da cidade de cerca 50 mil habitantes. No bairro, segundo a Moscamed, a diminuição da população do mosquito transmissor teria sido de 92%, mas a empresa reconhece que atendeu menos de 3% da cidade e por isso não esperaria que houvesse um impacto significativo nos casos totais de dengue na cidade.
Segundo a Oxitec, os testes em Jacobina deverão alcançar toda a cidade em cerca de dois a quatro anos.
O fato é que em fevereiro de 2014, a prefeitura da cidade decretou situação de emergência em virtude de uma epidemia de dengue, classificada da como "desastre biológico". A reportagem entrou em contato com o prefeito para entender se o decreto estaria ligado aos testes com o mosquito modificado, mas não obteve resposta.
Estudos independentes sobre a eficácia do OX513A deveriam ter sido conduzidos pela professora da USP Margareth Capurro, mas não foram finalizados por corte de verbas. Ela diz, porém, que dados preliminares corroboravam a eficácia do inseto modificado.
A fabricante sustenta que teria alcançado e mantido supressões de dengue em mais de 90% dos projetos de campo.
Piracicaba
Desde abril, a cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo, é a primeira a adotar os transgênicos como parte da campanha de combate à dengue. Em março de 2015 o Ministério Público chegou a suspender a liberação dos mosquitos em Piracicaba, sob o argumento de que a eficácia não estava comprovada e citou o caso de Jacobina no parecer. A decisão foi revista um mês depois e a aplicação foi em frente.
O cálculo é de que 23 milhões de mosquitos já teriam sido soltos nos bairros de Cecap e Eldorado.
A assessoria de imprensa de Piracicaba informou que ainda é cedo para avaliar o resultado da iniciativa, pois não há estatísticas de base para comparação.
— Não seria possível mensurar o projeto antes de completar um ano e também comparar com os dados da secretaria municipal de Saúde de Piracicaba, no que diz respeito a casos de dengue, pois as estatísticas ainda não foram finalizadas.
Dados da prefeitura revelam que 60% das larvas coletadas no mês passado herdaram o gene do mosquito modificado geneticamente, isso significa que vão morrer antes de se tornarem transmissores da dengue e outras doenças.
No município de Piracicaba foram registrados 934 casos de dengue em 2014. Em 2015, havia 3.668 casos confirmados até 7 de dezembro.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/brasil-testa-duas-armas-contra-o-aedes-aegypti-saiba-quando-teremos-resultado-11122015

9/12/2015 às 18h13

Fiocruz desmente boatos de que zika cause problemas neurológicos em crianças

Mensagens sem fundamento circularam nas redes sociais 
De acordo com a Fiocruz, a informação de que o vírus zika provoca danos a esses dois públicos “não tem fundamentação científica”Fotos Públicas
A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz ) informou em nota que, até o momento, não há qualquer comprovação científica que ligue ocorrências de problemas neurológicos em crianças e idosos ao vírus zika. A nota foi divulgada nas redes sociais para desmentir mensagens que circulam em grupos de WhatsApp. Segundo esses textos, pesquisadores da Fiocruz descobriram que o zika provoca danos neurológicos a crianças menores de sete anos, como casos de microcefalia, e a idosos.
“Por tratar-se de uma doença recente e que ainda não foi suficientemente estudada pelos pesquisadores, irão surgir muitas dúvidas e perguntas, bem como boatos e informações desencontradas, especialmente nas mídias sociais. É importante, num momento como este, que a população busque informações de fontes seguras e confiáveis”, diz a nota, divulgada na noite desta terça-feira (8).
De acordo com a Fiocruz, a informação de que o vírus zika provoca danos a esses dois públicos “não tem fundamentação científica”. A fundação esclarece, no entanto, que o zika pode provocar, em pequeno percentual, complicações clínicas e neurológicas em qualquer paciente, independente da idade, assim como outros vírus, como varicela, enterovírus e herpes.
Vetor
Além disso, as mensagens virtuais informam que há outros mosquitos, além do Aedes aegypti, que estariam transmitindo o zika no Brasil. A Fiocruz também desmente a informação, explicando que, até o momento, não existem estudos científicos que atestem a existência desses outros vetores.
A Fiocruz destaca no texto que trabalha em parceria com o Ministério da Saúde na investigação da doença e que prima pela transparência e seriedade das informações para a sociedade.

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