NEUROPATIAS
O que é neuropatia periférica?
(Baseado em texto do Office of Comunications and Public Liaison, pertencente ao National Institute of Health, EUA).
Dr. Maurício Hoshino
(Baseado em texto do Office of Comunications and Public Liaison, pertencente ao National Institute of Health, EUA).
Dr. Maurício Hoshino
Neuropatia periférica refere-se a um dano no sistema
nervoso periférico, ou seja, uma vasta rede de nervos que transmite
informações do encéfalo e medula (sistema nervoso central) para o
resto do corpo. Nervos periféricos também trazem informação quanto a
sensibilidade para o sistema nervoso central, por exemplo, quão
frios estão os pés ou se um dedo está queimando. Qualquer dano ao
sistema nervoso periférico interfere com essas conexões vitais. Tal
qual uma estática numa ligação telefônica, a neuropatia periférica
distorce e algumas vezes até interrompe as mensagens trocadas entre
sistema nervoso central e a periferia do organismo.
Como cada nervo tem uma função altamente
especializada em cada lugar do corpo, um vasta gama de sintomas
podem ocorrer quando os nervos são atingidos. Algumas pessoas podem
queixar-se de formigamento temporário (“parestesia”), sensação de
agulhas perfurando corpo, choques ou queimação, bem como fraqueza da
musculatura. Alguns podem se queixar de queimação (especialmente à
noite), paralisia muscular, até disfunção endócrina. Sintomas do
tipo dificuldade para digestão, oscilação da pressão arterial,
alterações no suor ou disfunção sexual podem estar presentes. Em
casos extremos, a respiração pode ficar dificultada ou lesão em
órgãos internos.
Algumas formas de neuropatia podem danificar apenas
alguns nervos, e são chamadas de “neuropatias”. Mais freqüentemente,
múltiplos nervos em diferentes membros estão atingidos
simetricamente, causando a “polineuropatia”. Às vezes, dois ou mais
nervos são isoladamente afetados, em diferentes tempos, em
diferentes áreas, configurando a “mononeurite múltipla”.
Nas neuropatias agudas, do tipo polirradiculoneurite,
os sintomas aparecem subitamente, são rapidamente progressivos e com
resolução lenta. Nas formas crônicas, os sintomas começam
insidiosamente, com progressão muito lenta. Alguns pacientes
percebem períodos de agudização seguidos de melhora. Outros podem
atingir um estágio de estabilização, onde os sintomas ficam estáveis
por meses a anos. Algumas neuropatias crônicas pioram com o tempo,
porém poucas formas mostram-se fatais. Ocasionalmente, a neuropatia
é sintoma de outras doenças sistêmicas.
Nas formas mais comuns de polineuropatia, as fibras
nervosas (células individuais que constituem o nervo) mais distantes
do cérebro e medular são as primeiras a serem atingidas. Dor e
outros sintomas aparecem simetricamente; por exemplo, é comum a
sensação de formigamento iniciar-se nos pés e ascender para as
pernas. Evolutivamente, os dedos das mãos, mãos e braços podem ser
atingidos, e os sintomas podem se estender até a região central do
corpo. Muitos pacientes diabéticos experimentam esse padrão de dano
ascendente.
Como as neuropatias periféricas são classificadas?
Mais do que cem tipos diferentes de neuropatia foram
identificadas, cada uma com suas características próprias:
instalação dos sintomas, evolução, prognóstico. Os sintomas irão
depender de qual tipo de nervo foi acometido: motor, sensitivo ou
autonômico. Nervos motores controlam movimentos de todos os músculos
sob controle consciente, tais como aqueles usados para andar,
agarrar ou falar. Nervos sensitivos transmitem informação sobre
experiência sensorial, tais como a sensação de um corte na pele ou
um toque leve. Nervos autonômicos regulam atividades biológicas as
quais não são controláveis de forma consciente, do tipo respiração,
digestão, freqüência cardíaca, piloereção. Algumas neuropatias podem
afetar os 3 tipos de nervos, outros afetam apenas um ou dois tipos.
Portanto, a medicina utiliza termos como “neuropatia
predominantemente motora”, “predominantemente sensitiva”,
“neuropatia sensitivo-motora” ou “neuropatia autonômica” para
descrever o quadro clínico do paciente.
Quais são os sintomas da neuropatia periférica?
Sintomas são relacionados ao tipo de nervo afetado e
podem acometer ao paciente num espaço de dias, meses ou anos. A
fraqueza muscular é o sintoma mais comum das neuropatias. Outros
sintomas podem ser câimbras dolorosas, fasciculações (tremor
incontrolável visível dos músculos), atrofia muscular, degeneração
óssea, alterações em pele, pelos e unhas. Essas lesões degenerativas
também podem resultar de alterações sensitivas ou autonômicas.
Lesão dos nervos sensitivos pode causar os mais variados sintomas,
uma vez que estes nervos são responsáveis por funções extremamente
especializadas. As fibras mais grossas, cobertas por mielina
(proteína que encobre e isola muitos nervos) registram sensação de
vibração e tato, resultando em parestesias, especialmente nas mãos e
pés. É freqüente a sensação de "estar usando luvas e meias",
principalmente à noite. Muitos pacientes não reconhecem o toque de
pequenos objetos ou não conseguem distinguir formas pelo tato. Lesão
neste tipo de fibras pode contribuir para perda de reflexos (bem
como as lesões em nervos motores). Perda da sensibilidade da posição
das articulações torna os pacientes incapazes de coordenar
movimentos complexos do tipo andar, abotoar ou manter-se em pé de
olhos fechados. Dor neuropática é um evento de difícil controle e
pode acometer a esfera psico-afetiva e, conseqüentemente, a
qualidade de vida. Dor neuropática usualmente piora à noite,
interfere na arquitetura de sono, com sensação de fadiga matinal,
adicionando sofrimento psíquico à lesão nervosa.
Fibras mais finas, amielínicas, transmitem sensação
de dor e temperatura. Lesão neste tipo de fibra pode interferir com
a capacidade de sentir dores ou mudanças na temperatura. É comum
lesões banais transformarem-se em graves feridas devido a infecção,
absolutamente assintomáticas. Outros pacientes podem não sentir
dores relacionadas a dor isquêmica cardíaca ou outras condições
agudas. Perda de sensibilidade é um problema particularmente sério
em pacientes diabéticos, contribuindo para alta incidência de
amputações nesta população. Receptores de dor na pela podem ficar
hiper-sensíveis, causando dores intensas e insuportáveis,
estimulados por estímulos banais indolores (do tipo peso dos lençóis
ou sopro). É a chamada "alodínia".
Sintomas secundários a lesão autonômica são diversos
e dependes de quais órgãos ou glândulas forem afetadas. Disfunção
autonômica pode se tornar uma ameaça à vida e pode necessitar
atendimento de urgência em casos de prejuízo respiratório ou
arritmias. Sintomas comuns de disautonomia são: dificuldade para
controle da sudorese, com intolerância a calor; perda de controle
urinário; alterações da pressão arterial, causando tonturas de
repetição e até perdas de consciência de repetição. Sintomas
gastrointestinais freqüentemente acompanham neuropatias autonômicas.
disfunção da musculatura intestinal leva a diarréia, obstipação ou
incontinência fecal. Algumas pessoas podem ter dificuldades para se
alimentar ou deglutir se alguns nervos autonômicos estiverem
afetados.
Quais são as causas da Neuropatia Periférica?
Neuropatia periférica pode ter causas congênitas ou
adquiridas. Causas de neuropatia adquirida incluem trauma direto,
tumores, toxinas, doenças auto-imunes, deficiências nutricionais,
alcoolismo, doenças metabólicas ou vasculares.
As neuropatias adquiridas são dividas em 3 grandes
grupos: aquelas causadas por doenças sistêmicas, por traumatismo e
aquelas causadas por doenças infecciosas ou auto-imunes que afetem
tecido nervoso. Um exemplo de neuropatia adquirida é a "neuralgia de
trigêmeo" (também conhecida como "tique doloroso"), na qual lesão ao
nervo trigêmeo (o maior nervo da face) causa ataques de dores
importantes, semelhantes a um choque, em um lado da face. Em alguns
casos, a causa é uma infecção viral prévia, pressão sobre o nervo
causada pela presença de um tumor ou vaso ou, mais raramente,
secundária a esclerose múltipla. Em muitos casos, entretanto, a
causa específica não pode ser determinada (causa "idiopática").
Trauma é causa mais comum de lesão a um nervo. Lesão
por trauma súbito, do tipo acidente automobilístico, quedas,
atividades esportivas, podem causar grave compressão, rompimento ou
estiramento, principalmente à altura das raízes dos nervos, ponto de
conexão com a medula. Lesões menos dramáticas também podem causar
danos sérios aos nervos. Ossos quebrados ou deslocados podem exercer
pressão nos nervos vizinhos, bem como discos intervertebrais podem
comprimir fibras nervosas que emergem da coluna.
Doenças sistêmicas, ou seja, doenças que acometem
várias partes do organismo, freqüentemente causam neuropatia. Podem
incluir:
-Doenças metabólicas e endocrinológicas: O tecido
nervoso é altamente vulnerável a doenças que acometem a capacidade
do organismo em transformar nutrientes em energia ou excreção de
substâncias tóxicas. Diabetes mellitus, caracterizada por níveis
crônicos elevados de glicose no sangue, é a causa principal de
neuropatia periférica nos Estados Unidos. Entre 60 a 70% dos
pacientes diabéticos apresentam formas leves a moderadas de
neuropatia. Doenças renais podem levar a acúmulo de substâncias
tóxicas no sangue. A maioria dos pacientes sob diálise desenvolve
polineuropatia. Algumas doenças hepáticas também produzem neuropatia
como resultado de desbalanço químico. Distúrbios hormonais podem
levar a alterações metabólicas e causar neuropatia. Por exemplo, a
menor produção de hormônio tireoidiano leva a um retardo no
metabolismo, retenção de fluidos e inchaço tecidual, causando
pressão sobre os nervos. Excesso de produção do hormônio de
crescimento (GH) leva a "acromegalia", condição caracterizada por
crescimento anormal de muitas partes do esqueleto, incluindo as
articulações. Nervos que trafegam perto destas articulações podem
ficar aprisionados.
-Deficiências vitamínicas e alcoolismo podem causar
dano tecidual. Vitamina E, B1, B6, B12 e niacina são essenciais para
funcionamento neuronal. A deficiência de tiamina (B1), em
particular, é comum entre alcoólatras devido a seus péssimos hábitos
alimentares. A deficiência de tiamina pode causar neuropatia
dolorosa das extremidades. Alguns pesquisadores acreditam que o
excesso de álcool pode, por si, contribuir diretamente a uma lesão
nervosa, condição chamada "neuropatia alcoólica".
-Lesão vascular levará a uma menor oxigenação do
tecido do nervo, rapidamente acarretando a morte neuronal (assim
como a falta de oxigênio leva ao acidente vascular cerebral no
encéfalo). Diabetes freqüentemente leva a vasoconstrição. Várias
formas de "vasculite" (inflamação dos vasos que irrigam os nervos)
levam a edema tecidual. Esta categoria de lesão nervosa, na qual
nervos isolados em diferentes áreas são danificados, chama-se "mononeuropatia
múltipla" ou "mononeuropatia multifocal".
-Doenças do tecido conectivo e inflamação crônica
podem lesar o nervo direta ou indiretamente. Quando múltiplas
camadas do tecido que protegem os nervos tornam-se inflamadas, o
próprio tecido nervoso pode ser acometido pela inflamação.
Inflamação crônica leva a destruição progressiva do tecido
conectivo, tornando os nervos mais vulneráveis a infecções e/ou
compressões.
-Neoplasias malignas ou benignas podem se infiltrar
ou exercer pressão sobre os nervos. Tumores podem se originar
diretamente das células nervosas. Polineuropatia difusa é
freqüentemente associada a neurofibromatose, doença genética que
causa tumores benignos em múltiplos nervos. Neuromas são massas
benignas de crescimento exagerado de tecido nervoso e que aparecem
após qualquer lesão penetrante que atinja algum nervo. Causam
intensa dor e podem acometer nervos vizinhos, levando a dano maior
ainda e dor conseqüentemente maior. A formação de neuromas pode ser
um dos elementos de uma condição neuropática mais grave, chamada
"síndrome complexa de dor regional" ou "distrofia
simpático-reflexa". Síndromes paraneoplásicas, um grupo de raras
doenças degenerativas causadas por resposta imune secundária a
tumores malignos, podem causar indiretamente lesões de troncos
nervosos.
-Estresse de repetição freqüentemente causa
neuropatia por compressão (aprisionamento). Lesões cumulativas podem
ser conseqüência de movimentos repetitivos, forçados, que exijam
flexão de algumas juntas por período prolongado. A irritação
resultante pode causar uma inflamação em ligamentos, tendões e
músculos, tornando-os inchados, comprimindo túneis por onde passam
os nervos, entre estas estruturas. Tais lesões são mais comuns
durante gravidez, provavelmente relacionadas a ganho de peso e
retenção de fluido.
-Toxinas podem causar lesão nervosa. Exposição a
metais pesados (arsênico, chumbo, mercúrio), drogas industriais ou
toxinas ambientais freqüentemente desenvolvem neuropatias. Certos
quimioterápicos, anticonvulsivantes, drogas antivirais e
antibióticos incluem como efeito colateral o desenvolvimento de
neuropatias, limitando seu uso a longo prazo.
-Infecções e doenças auto-imunes podem causar
neuropatia periférica. Vírus e bactérias podem atacar tecidos
nervosos, incluindo o vírus da Herpes, Herpes Zoster, Mononucleose
Infecciosa, citomegalovírus (todos membros da mesma família). Estes
vírus podem causar lesões graves aos nervos, causando dores em
pontada ou em choque. A neuralgia pós-herpética freqüentemente
ocorre depois da lesão dermatológica do Herpes e pode ser
particularmente dolorosa. O vírus do HIV, causador da AIDS, também
acomete o sistema nervoso periférico e central. O vírus pode causar
diferentes formas de neuropatia, todas relacionadas ao grau de
imunodeficiência. Polineuropatia dolorosa, rapidamente progressiva,
afetando pés e mãos, pode ser o primeiro sinal clínico da infecção
pelo HIV. A doença de Lyme, difteria e hanseníase são doenças
causadas por bactérias; muitas vezes os sintomas neuropáticos
iniciam-se semanas após o contágio.
Infecções bacterianas e virais podem causar lesão
indireta nervosa através de uma condição chamada doença auto-imune,
nas quais células do sistema imune produzem anticorpos que atacam o
tecido do próprio paciente. Estes ataques causam destruição da
bainha de mielina ou do axônio (parte do neurônio que se estende do
corpo central do nervo até a sua porção mais periférica). Neuropatia
inflamatória aguda desmielinizante, mais conhecida como doença de
Guillain-Barré, pode levar a lesão motora, sensitiva ou autonômica.
A maioria das pessoas consegue se recuperar desta síndrome, embora
alguns casos graves possam ser fatais. Polineuropatia inflamatória
crônica desmielinizante (PDIC), geralmente menos perigosa, deixa
intactos as fibras autonômicas. Mononeuropatia multifocal é uma
forma de neuropatia inflamatória que afetas as fibras motoras
exclusivamente; pode ser aguda ou crônica
-Formas congênitas de neuropatia periférica são
causadas por alterações no código genético ou por alterações
mutacionais. Alguns erros genéticos levam a neuropatias leves, cujos
sintomas começam apenas na fase adulta, com pouco acometimento. As
neuropatias hereditárias mais graves iniciam-se mais precocemente.
A mais comum das neuropatias hereditárias são um
grupo de doenças conhecidas como "doença de Charcot-Marie-Tooth".
Esta neuropatia resulta de erro genético na produção de mielina.
Marcadores clínicos da doença de Charcot-Marie-Tooth incluem
fraqueza progressiva, atrofia dos músculos dos pés e pernas,
alterações de marcha, perda dos reflexos e formigamento nos pés.
Como a Neuropatia pode ser diagnosticada?
O diagnóstico da Neuropatia Periférica normalmente é
difícil porque os sintomas são variáveis. Um exame neurológico
minucioso é necessário, além de um extenso histórico do paciente,
principalmente no tocante a sintomas, ambiente de trabalho, hábitos
sociais, exposição a agentes tóxicos, alcoolismo, fatores de risco
para doenças infecciosas, além de antecedentes familiares.
O exame físico geral e testes relacionados podem
revelar a presença de doenças sistêmicas que podem ser a origem da
neuropatia. Testes sangüíneos podem detectar diabetes, deficiências
vitamínicas, insuficiência hepática ou renal, outras doenças
metabólicas e sinais de doença auto-imune.
O exame do líquido cefalorraquidiano, que envolve o
cérebro e medula espinal, pode revelar anticorpos associados a
neuropatias. Testes mais especializados podem revelar doenças
sangüíneas, cardiovasculares, doenças do tecido conectivo ou
neoplasias. Testes de força devem ser usados quando houver
evidências de câimbras ou fasciculações. Avaliação da sensibilidade
inclui o estudo da sensibilidade vibratória, toque superficial,
posição das articulações, temperatura e dor, revelando dano
sensitivo e quais tipos de fibras estão envolvidas.
Baseados nos resultados de exame físico geral e
neurológico, história do paciente e exames, estudos mais específicos
podem ser realizados para determinar a extensão e a natureza das
lesões nervosas.
-Tomografia computadorizada é um exame indolor, não
invasivo, produzindo imagens em duas dimensões de órgãos, ossos e
tecidos. Raios X ultrapassam todo o corpo em diferentes ângulos e
são detectados por um scanner computadorizado. Os dados são
processados e mostrados como se o corpo fosse fatiado, permitindo
análise das estruturas internas do corpo. Tomografias em Neurologia
podem ajudar ao detectar irregularidades ósseas ou vasculares,
tumores cerebrais e cistos, hérnias discais, estenose lombar e
outras doenças.
-Ressonância Magnética pode examinar a qualidade do
músculo e suas dimensões, detectar infiltração de gordura dentro do
músculo e determinar se um determinado nervo encontra-se sob
compressão em seu trajeto. O equipamento da ressonância cria um
intenso campo magnético ao redor do corpo. Mudanças nos átomos, após
esse intenso campo, irão compor diferentes sinais de ressonância, de
acordo com a estrutura dos tecidos estudados. Um processo
computacional capta essas diferentes ressonâncias teciduais,formando
uma imagem em três dimensões ou uma imagem "fatiada" da área
estudada.
-Eletromiografia envolve a inserção de agulhas nos
músculos a fim de comparar a atividade elétrica quando estão em
repouso e quando estão sob contração. A Eletromiografia pode
diferenciar entre uma doença do músculo e uma doença do nervo.
-O estudo das velocidades de condução nervosa pode
medir precisamente o grau de lesão de um nervo, revelando se os
sintomas são causados por alteração da mielina ou do axônio. Durante
este teste, há um estímulo elétrico que aciona um determinado nervo,
o qual responde gerando seu próprio estímulo elétrico. Um eletrodo,
colocado ao longo do trajeto do nervo, irá captar a transmissão
deste impulso ao longo do seu axônio. Velocidades lentas de
transmissão e bloqueio do impulso tendem a indicar dano à bainha de
mielina, enquanto a redução da intensidade do impulso é um sinal de
lesão do axônio.
-Biopsia de nervo envolve a remoção e exame da
amostra do tecido nervoso, mais freqüentemente nos membros
inferiores. Embora este teste possa acrescentar alguma informação no
tocante à etiologia do processo, deve-se lembrar que é um
procedimento invasivo, de difícil realização e pode por si causar
efeitos colaterais neuropáticos.
Quais tratamentos são disponíveis?
Não há tratamento atualmente para os casos de
neuropatia hereditária. Entretanto, há várias terapias para as
outras formas de neuropatia. Todas as doenças concomitantes são
tratadas em princípio, seguido de tratamento sintomático. O sistema
nervoso periférico tem capacidade de regeneração, desde que a célula
nervosa permaneça viável. Sintomas freqüentemente podem ser
controlados, associados a eliminação das causas das formas
específicas de neuropatia, resultando em prevenção de novos danos
celulares.
Em geral, adotando-se medidas para melhoria na
qualidade de vida- tais como controle ponderal, evitar exposição a
toxinas, programa de exercícios supervisionado, dieta balanceada,
correção de déficits vitamínicos, limitar ingestão de álcool- podem
reduzir os efeitos físicos e emocionais das neuropatias periféricas.
Formas de exercício ativas e passivas podem reduzir as câimbras,
melhorar a força muscular e prevenir atrofia em membros paralisados.
Vários tipos de dieta podem melhorar sintomas gastrointestinais. A
suspensão do tabagismo é particularmente importante porque o fumo é
capaz de contrair os vasos sangüíneos que oferecem nutrientes aos
nervos periféricos e podem piorar os sintomas neuropáticos.
Orientações de auto-cuidado, do tipo inspeção meticulosa dos pés e
cuidados com as feridas em pacientes diabéticos, portadores de
diminuição de sensibilidade, podem aliviar sintomas e melhorar a
qualidade de vida. Tais condições criam condições para regeneração
nervosa.
Doenças sistêmicas freqüentemente exigem tratamentos
complexos. Controle rígido dos níveis de glicose tem demonstrado ser
benéfico em reduzir sintomas neuropáticos e previnem maiores lesões.
Condições pró-inflamatórias que levam a neuropatia podem ser
controladas de diversas maneiras. Drogas imunossupressoras tais como
prednisona, ciclosporina e azatioprina podem ser benéficas.
Plasmaferese - procedimento no qual o sangue é retirado para
filtragem das células inflamatórias e anticorpos, sendo depois
devolvido- pode limitar atividade inflamatória. Altas doses de
imunoglobulinas humanas, proteínas que funcionam tais como
anticorpos, também podem suprimir a atividade imunológica anormal.
Dor neuropática é freqüentemente de difícil controle. Dores mais leves podem ser aliviadas com uso de analgésicos leves. Muitas classes de medicamentos foram recentemente aprovadas para formas crônicas de dor neuropática. Destacam-se a mexiletina, uma medicação desenvolvida para arritmias; drogas antiepilépticas, tais como gabapentina, fenitoina e carbamazepina; algumas classes de antidepressivos, incluindo os tricíclicos tais como a amitriptilina. Injeções locais de anestésicos, do tipo lidocaína ou patches com lidocaína, podem aliviar dores intratáveis. Em alguns casos, pode ser sugerida a lesão do nervo em questão, porém os resultados são freqüentemente temporários e podem levar a complicações.
Dor neuropática é freqüentemente de difícil controle. Dores mais leves podem ser aliviadas com uso de analgésicos leves. Muitas classes de medicamentos foram recentemente aprovadas para formas crônicas de dor neuropática. Destacam-se a mexiletina, uma medicação desenvolvida para arritmias; drogas antiepilépticas, tais como gabapentina, fenitoina e carbamazepina; algumas classes de antidepressivos, incluindo os tricíclicos tais como a amitriptilina. Injeções locais de anestésicos, do tipo lidocaína ou patches com lidocaína, podem aliviar dores intratáveis. Em alguns casos, pode ser sugerida a lesão do nervo em questão, porém os resultados são freqüentemente temporários e podem levar a complicações.
Algumas próteses mecânicas podem reduzir a dor,
compensar a fraqueza muscular e aliviar a compressão nervosa.
Sapatos ortopédicos podem melhorar distúrbios de marcha e prevenir
lesões nos pés em pacientes portadores de diminuição da
sensibilidade.
Intervenções cirúrgicas podem providenciar alívio
imediato, principalmente nas mononeuropatias causadas por compressão
ou aprisionamento (do tipo síndrome do túnel do carpo), através de
cortes em ligamentos e tendões inflamados.
Estudos de fatores neutróficos representam uma das
áreas mais promissoras na pesquisa de tratamentos mais eficazes para
neuropatias periféricas. Estas substâncias, produzidas naturalmente
pelo corpo, protegem neurônios e incentivam sua recuperação. Muitas
pesquisas têm sido realizadas no sentido de encontrar substâncias
químicas que possam reverter lesões já formadas e curar a
neuropatia.
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