quarta-feira, 15 de julho de 2015


Criança pode frequentar academia?
Matéria Publicada em 18/07/2010 no Caderno Saúde do Jornal O Diário do Norte do Paraná


Depende da idade, do tipo de atividade e da avaliação da idade óssea. A atividade física é fundamental na infância, especialmente porque previne doenças como obesidade, ajuda no crescimento, melhora o desenvolvimento motor, além de socializar a criança ou adolescente.
Nas crianças menores, geralmente abaixo de 6 anos de idade, a indicação é de brincadeiras lúdicas ao ar livre tais como jogar bola, pular, dançar, correr com outros colegas, sem muitas atividades programadas. Um dos esportes que já pode ser iniciado nesta faixa etária é a natação ou a atividade de dança.
Já nas crianças acima de 7 anos até a adolescência, além das atividades lúdicas acima citadas, é bom sempre estimular as caminhadas do dia a dia, como ir para escola ou ao supermercado, preferencialmente a pé e não de carro. Nesta idade muitos se acomodam na frente da televisão, computador ou videogame, e ficam muito sedentários. A Organização Mundial de Saúde recomenda no máximo 2 horas por dia destas atividades, sendo que as demais devem ser brincadeiras ou esportes, enfim atividades que gastem energia. O mínimo recomendado de atividade física por dia é de 30 minutos (3 vezes na semana), sendo o ideal 60 minutos por dia. É bom lembrar que pode ser um esporte como futebol, vôlei, basquete, natação ou mesmo aquela atividade que não tem horário fixo, desde que seja realizada de modo regular como caminhadas, corridas, pular corda e etc. Muitas escolas oferecem atividades esportivas em horário extra, sendo uma excelente oportunidade para praticar. Vale salientar que a prática regular de atividade física é um dos melhores meios de se combater a obesidade infantil.
É especialmente na faixa etária dos pré-adolescentes e adolescentes que muitos pais procuram auxílio médico para saber se os filhos podem frequentar academia. Bem, para ser liberado é importante realizar uma avaliação como radiografia de idade óssea, para ver o grau da maturação e o potencial de crescimento. Conforme esta avaliação, o adolescente é liberado somente para atividades aeróbicas como esteira e bicicleta ou para atividades de impacto como a musculação. Quando há uma maturação óssea incompleta não devemos sobrecarregar estes ossos em desenvolvimento com atividades que exigem muita força, pois poderiam levar a microfraturas, atrapalhando assim o crescimento e causando dores ósseas. Caso o adolescente já esteja com a estrutura óssea completa, então já estaria habilitado a realizar todas as atividades. Assim, antes de iniciar um esporte com um treinamento mais intensivo ou uma atividade em academia, faça uma avaliação com seu médico.
É bom lembrar que toda atividade física deve ser acompanhada de uma boa hidratação e de uma alimentação saudável, sempre rica em frutas, verduras e cálcio (leite e derivados), principalmente nas crianças e adolescentes, a fim de promover um bom desenvolvimento ósseo e melhorar o desempenho físico durante as atividades.
Drª Adriana Beletato dos Santos Balancieri
Endocrinologista Pediátrica
Fonte: http://endoped.com/2010/08/12/crianca-pode-frequentar-academia/

Idade óssea

A idade óssea é uma maneira de descrever o grau de maturação dos ossos de uma criança. Durante o crescimento da pessoa desde a vida fetal até à infância, à puberdade e ao seu final como um adulto jovem, os ossos do esqueleto mudam de tamanho e forma. Essas mudanças podem ser vistas no raio-X. A "idade óssea" de uma criança é a idade média em que as crianças atingem este estágio de maturação. A altura e idade óssea atuais de uma criança podem ser usadas para prever a sua altura quando adulta.
Ao nascer, apenas as metáfises dos ossos longos estão presentes. Os ossos longos são aqueles que crescem principalmente por elongação em uma epífise, na extremidade do osso em crescimento. São ossos longos os fêmures, as tíbias e as fíbulas dos membros inferiores; os úmeros, rádios e ulnas dos membros superiores (braço e antebraço) e as falanges dos dedos. Os ossos longos das pernas compreendem quase metade da altura adulta. Os outros componentes esqueléticos primários da altura são a espinha dorsal e o crânio.
À medida que uma criança vai crescendo, as epífises se tornam calcificadas e aparecem nos raios-X, assim como os ossos carpo e tarso das mãos e dos pés, separados na radiografia por uma camada invisível de cartilagem onde boa parte do crescimento está ocorrendo. Conforme os níveis de esteróides sexuais crescem durante a puberdade, a maturação do osso acelera, e o osso começa a se aproximar do tamanho e da forma que terá na idade adulta. As porções restantes de cartilagem das epífises tornam-se mais finas. Quando as zonas cartilaginosas desaparecem, se diz que as epífises estão "fechadas", pois não haverá mais crescimento dos ossos. Uma pequena porção de crescimento da espinha dorsal conclui o crescimento de um adolescente.
Endocrinologistas pediátricos são os médicos que mais comumente requisitam e interpretam raios-x de idade óssea e avaliam crianças quanto ao crescimento (seja ele acelerado ou atrasado) e ao desenvolvimento físico.

Métodos

O método usado mais frequentemente é baseado em um único raio-x da mão e punho. Uma mão é facilmente radiografada com radiação mínima, e tem a vantagem de mostrar vários ossos de uma vez só. Os ossos do raio-X são comparados com os de um atlas padrão, geralmente o de Greulich e Pyle.1
Um método mais complexo também baseado em raios-X das mãos é o "TW2".2 Um atlas baseado na maturação do joelho também foi compilado.
As mãos das crianças não mudam muito no primeiro ano de vida e, se for necessário verificar precisamente a idade óssea, um raio-X de cerca de metade do esqueleto (uma visão "hemiesqueletal") pode ser obtido para verificar algumas das áreas que mudam mais durante a infância, tais como ombros e pélvis.

Predição da altura

Foram compiladas estatísticas para indicar a percentagem de crescimento vertical restante em certa idade óssea. Por aritmética simples, a altura prevista de um adulto pode ser computada a partir da altura infantil e da idade óssea. Tabelas separadas são usadas para garotos e garotas devido à diferença que os sexos têm em cronologia da puberdade, e percentagens um pouco diferentes são usadas para crianças com maturação óssea invulgarmente avançada ou atrasada. Essas tabelas, as tabelas Bayley-Pinneau, são incluídas como um apêndice no atlas de Greulich e Pyle.
Em vários problemas que envolvem crescimento atípico, a predição da altura a partir da idade óssea é menos precisa. Por exemplo, para crianças nascidas pequenas e que permanecem pequenas depois do nascimento, a idade óssea é extremamente imprecisa.

Aplicação clínica da leitura da idade óssea

Uma idade óssea avançada ou atrasada nem sempre indica doença ou crescimento patológico. A idade óssea pode ser normal em alguns problemas de crescimento anormal. Crianças não amadurecem exatamente ao mesmo tempo; assim como há grande variação entre a população normal quanto à idade de perder os dentes ou de menstruar pela primeira vez, a idade óssea de uma criança saudável pode estar dois anos adiantada ou atrasada.
Uma idade óssea avançada é comum quando uma criança teve elevação prolongada nos níveis de esteróides sexuais, o que ocorre nos casos de puberdade precoce ou de hiperplasia adrenal congênita. A idade óssea é frequentemente marginalmente avançada com a prematura adrenarca, quando uma criança é obesa desde cedo ou quando ela tem lipodistrofia. A idade óssea pode ser significativamente avançada em síndromes genéticas de crescimento excessivo, tais como síndrome de Sotos, síndrome Beckwith-Wiedemann e síndrome Marshall-Smith.
A maturação óssea é "atrasada" com a variação do desenvolvimento normal chamada Atraso constitucional do crescimento, mas também está ligada à falha de crescimento devido à Deficiência do hormônio do crescimento e ao hipotireoidismo.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_%C3%B3ssea

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