terça-feira, 29 de dezembro de 2015

29/12/2015 11h49 - Atualizado em 29/12/2015 12h26

Após 73 anos, Brasil registra no RN 1ª morte por febre amarela urbana

Caso, registrado no Rio Grande do Norte, aconteceu em julho passado.
Secretaria de Saúde de Natal confirmou óbito, mas pediu contraprova.

Agentes de Araraquara intensificam ações de combate ao Aedes aegypti (Foto: Reprodução EPTV)
Febre amarela é transmitida pelo Aedes aegypti
(Foto: Reprodução EPTV)
A Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS) confirmou nesta terça-feira (29) a morte de uma auxiliar de enfermagem, de 53 anos, por febre amarela urbana. O caso foi registrado em julho deste ano, mas o resultado do exame que apontou febre amarela saiu na última semana. A notícia da morte foi divulgada na segunda-feira (28) pelo site do "Projeto Colabora". A febre amarela urbana é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e, de acordo com o Ministério da Saúde, está erradicada desde 1942 no país.
Os exames que comprovaram a morte por febre amarela foram realizados pelo Instituto Evandro Chagas, no Pará, e confirmados pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. Na manhã desta terça a SMS informou que vai pedir uma contraprova.
"Não é que estamos contestando o resultado, sabemos que os dois laboratórios são padrão ouro, mas precisamos ampliar a investigação deste caso, porque não há vínculo epidemiológico da febre amarela em Natal", explicou a chefe do Setor de Vigilância Epidemiológica da SMS, Aline Bezerra.
Segundo ela, a auxiliar de enfermagem Rita de Cassia da Silva Santos não apresentava sintomas de febre amarela e a família da vítima informou que ela não viajou para nenhum lugar com risco de transmissão da doença. "O caso vinha sendo tratado como óbito por dengue, mas o exame deu negativo para dengue", disse Aline.
A assessoria da SMS informou que é feito um monitoramento semanal do Aedes aegypti em Natal, através de 500 'armadilhas' espalhadas pela capital para colher ovos do mosquito. Após a coleta, é feita uma análise desses ovos para saber quais vírus estão circulando pela cidade. "Em nenhum momento foi identificado o vírus da febre amarela", informou a SMS.
A Secretaria Estadual de Saúde Público do Rio Grande do Norte (Sesap) está realizando a investigação do caso em conjunto com a SMS. De acordo com a Sesap, uma das hipóteses é que o exame tenha dado positivo, em virtude da paciente ter sido vacinada contra a febre amarela, mesmo há décadas passadas. Está sendo feita uma pesquisa do histórico vacinal da paciente nas unidades de saúde.
A subcoordenadora de Vigilância Ambiental da Sesap, Cintia Higashi, explicou que “este caso é bastante intrigante por não ter uma relação entre o exame positivo e os achados iniciais da investigação, ou seja, até o momento não há um vínculo epidemiológico, por isso continuamos a trabalhar em conjunto para esclarecer o caso”.
Febre amarela
A febre amarela é uma doença febril aguda, de curta duração (no máximo 12 dias) e de gravidade variável. A forma grave caracteriza-se clinicamente por manifestações de insuficiência hepática e renal, que podem levar à morte. Deve-se levar em conta seu potencial de disseminação em áreas urbanas. A doença é transmitida somente pela picada de mosquitos transmissores infectados.
Não existe um tratamento específico no combate à febre amarela. O paciente deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e perdas sanguíneas quando necessário. Os casos grave devem ser atendidos em UTI (Unidade de Terapia Intensiva), de modo que as complicações sejam controladas e o perigo da morte, eliminado.

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