sábado, 26 de dezembro de 2015

Saúde26/12/2015 | 07h04

Projeto dá consultas e óculos de graça no Husm para alunos de escolas públicas

Escolas fazem triagem com crianças e adolescentes e os encaminham para consultas no hospital

Projeto dá consultas e óculos de graça no Husm para alunos de escolas públicas Jean Pimentel/Agencia RBS
Fazer todos os exames, poder escolher a lente adequada e a armação que melhor combina com você, e tudo de graça e em um tempo reduzido. Isso é o que promove um projeto do governo federal que ocorre no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). O Consultório Oftalmológico Itinerante está instalado em um contêiner nos fundos do Pronto-Socorro e, nas terças, quintas e sextas, recebe estudantes de escolas públicas.
O contêiner tem dois consultórios e um laboratório ótico, onde são montados os óculos. Duas oftalmologistas, um ótico e duas assistentes integram o projeto. As escolas entram em contato, agendam horários e fazem a triagem nos alunos. O projeto existe desde abril e já beneficiou 200 crianças e adolescentes.
- As escolas recebem material para fazer a triagem nos alunos. Eles veem os estudantes que precisam de atendimento e entram em contato conosco. Daí, os alunos vêm até aqui, respondem a um questionário e fazem a consulta. Se precisam de óculos, já vemos a refração e eles escolhem a armação que quiserem - diz o técnico em ótica, Norberto Silveira Velasquez.
Em torno de uma semana depois da consulta, os óculos são entregues na escola, que distribui para os estudantes.
A ideia inicial era que um caminhão levasse o contêiner até as escolas, mas, por falta de um local apropriado, os beneficiados precisam se deslocar até o Husm para o atendimento. Até agora, só escolas de Santa Maria participam do projeto, mas o objetivo é levá-lo a cidades da região. A iniciativa forneceu 800 armações e recebeu mais 3 mil peças de uma apreensão feita pela Receita Federal. Em casos de lentes especiais e de problemas mais graves de visão, a Associação Amigos do Husm auxilia com doações.
Uso excessivo de celulares
Segundo a oftalmologista Aline Reetz Conceição, que atua no projeto, o ideal é que as crianças, antes de iniciar o período escolar, já façam um teste de visão para detectar possíveis problemas. Ela diz que a tecnologia é um dos principais vilões da visão:
-  Eu nunca vi tanta prescrição de óculos para crianças e jovens que nem hoje em dia, e tudo em função do uso de celulares e computadores.
Segundo Velasquez, 80% dos pacientes que chegam para a consulta precisam usar óculos:
- Uma consulta oftalmológica é muito cara. As armações que chegaram são de ótima qualidade, as lentes são muito boas. Então, vale muito a pena para as famílias.
Pais aprovam a iniciativa
No consultório, são realizados testes em aparelhos e o tradicional exame das letras. Renata Rechia, 10 anos, está no 5º ano na Escola Estadual Margarida Lopes. Na última segunda, a menina, acompanhada pelo pai, Renato Rechia, 53, foi realizar a consulta. Ela diz que tem dificuldades para enxergar e que a professora percebeu:
- Eu não conseguia enxergar direito e tinha dor de cabeça. Daí, fiz a triagem na escola e, agora, vou ter de usar o óculos.
- É um ganho muito grande para a gente. Tirou um peso do meu bolso, porque ela já tinha usado óculos antes e eu gastei cerca de R$ 1 mil. Nem pensei duas vezes antes de trazê-la aqui - disse o pai, Renato.
Nem todo mundo que chega no consultório precisa de óculos. Erick Brizola Pereira, 8, mesmo tímido, afirmou que não queria usar as lentes. Depois dos exames, em função do pequeno grau que seria necessário, a oftalmologista afirmou que ele não precisaria.
- Ele se queixava que ardia os olhos, fez a triagem e viemos aqui. Ele não precisou, mas vai que ele tivesse algum problema? A gente nem saberia se não fosse essa consulta. A iniciativa é muito boa - diz a mãe dele, Nair Brizola Pereira, 42 anos.

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