sábado, 26 de dezembro de 2015

Preocupação25/12/2015 | 20h41Atualizada em 25/12/2015 | 21h03

Fim de semana deve ser de chuva em todo o Rio Grande do Sul

Fronteira Oeste, onde o clima causou mais estragos, deve conviver com tempo instável até o meio da semana

 Fim de semana deve ser de chuva em todo o Rio Grande do Sul Ronaldo Bernardi/Agência RBS
As chuvas e enchentes que causaram transtornos para pelo menos 1,7 mil famílias em todo o Estado durante o Natal não devem dar trégua nos próximos dias. Causada por uma frente fria estacionada entre o norte do Rio Grande do Sul e o Paraná, a instabilidade deve perder força no fim de semana – o que não significa que o tempo vai abrir. De acordo com a Somar Meteorologia, há previsão de pancadas de chuva em todas as regiões do Estado nos próximos dois dias.

No sábado, as chuvas devem ser menos fortes do que nos dias de Natal e as temperaturas devem ser menos elevadas, mantendo a sensação de calor e abafamento. No domingo, volta a chover de maneira intensa, principalmente na Região Central e na Fronteira Oeste, onde foram registrados os maiores estragos durante o feriado. 

Em Porto Alegre, o sábado será de tempo nublado e chuvas esparsas, situação que se repete no domingo – a temperatura máxima no período deve ser de 31ºC. EmUruguaiana, na Fronteira Oeste (onde cidades como Quaraí e Alegrete registraram problemas graves associados às cheias), o sábado será de tempo instável, com chuvas isoladas, e o domingo deve apresentar muitas nuvens ao longo do dia. 

Na Região Central, a situação também não é boa. Nesta sexta, 196 famílias estavam desabrigadas por conta da chuva. Em Santa Maria, o sábado deve ser de pancadas de chuva e trovoadas, enquanto o domingo será de tempo instável, com chuvas isoladas. Na Região Sul, Rio Grande e Pelotas devem ter tempo instável com chuvas isoladas no sábado e muitas nuvens, sem chuva, no domingo. 
Torres e Mostardas, no litoral, devem ter tempo instável, com chuvas isoladas, no sábado. No domingo, Mostardas terá muitas nuvens, enquanto Torres deve seguir registrando chuvas intercaladas com períodos de tempo nublado.
De acordo com a Somar Meteorologia, a tendência é de que haja instabilidade até a metade da semana, quando o tempo volta a ficar mais firme no Estado. A chuva deve continuar, porém de maneira mais fraca e irregular, nas cidades do centro e do oeste. Na metade sul, o tempo fica mais firme e sem chuva. Na semana que vem, um novo sistema chega ao Estado e volta a provocar chuva intensa, principalmente na Região Central e na Fronteira Oeste. As temperaturas continuam elevadas e o calor predomina.

Chuva e enchente atingem pelo menos 1,7 mil famílias no Rio Grande do Sul

38 municípios do Estado foram afetados pelos eventos climáticos

Chuva e enchente atingem pelo menos 1,7 mil famílias no Rio Grande do Sul Ronaldo Bernardi/Agencia RBS
Em Quaraí, mais de 3 mil pessoas ficaram desabrigadas na noite de Natal, 
devido à maior enchente já registrada na cidade 
Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

As chuvas e enchentes que atingiram principalmente a Fronteira Oeste e a Região Central do Rio Grande do Sul nos últimos dias já atingem 1.795 famílias em 38 municípios de todo o Estado. De acordo com a Defesa Civil, que divulgou boletim atualizado na tarde desta sexta-feira, a previsão para os próximos dias é de tempo bom, sem chuva, o que deve possibilitar que essas famílias comecem a voltar para suas casas.
Entre as 38 cidades que seguiam com problemas nesta sexta, as seguintes ainda tinham famílias fora de casa: Agudo, Alegrete, Barra do Quaraí, Itaqui, Jaguari, Quaraí, Rosário do Sul, São Borja e Uruguaiana. De acordo com a Defesa Civil, 150 famílias de Santana do Livramento puderam voltar às suas residências nesta sexta. À tarde, eram 66 famílias desabrigadas (ou seja, que precisam de abrigo providenciado pelo governo) em todo o Estado.  
O boletim anterior da Defesa Civil, divulgado na tarde de quarta-feira, registrava 1,1 mil famílias atingidas, sendo 980 desalojadas e 61 desabrigadas, em 28 municípios. O crescimento no número de pessoas afetadas tem a ver com os últimos casos em Alegrete e Quaraí, principalmente.  

Cheias deixam mais de 3 mil desabrigados em Quaraí

Segundo a Defesa Civil, é a maior enchente já registrada na cidade. Famílias se organizam para celebrar o Natal na rua e em abrigos

Cheias deixam mais de 3 mil desabrigados em Quaraí Ronaldo Bernardi/Agencia RBS
Além da inundação, há problemas de abastecimento de água, luz e internet em Quaraí 
Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

O Natal será longe de casa para pelo menos 750 famílias de Quaraí, na Fronteira Oeste do Estado, devido às fortes chuvas que atingiram a cidade nos últimos dias.
Depois de uma quarta-feira em que a precipitação alcançou a marca de 60 milímetros, o nível do Rio Quaraí chegou a 15m28cm. Foi a maior marca já registrada no município, segundo a Defesa Civil — em 1958 e 2001, o rio bateu em 14m. Às 12h desta quinta, registrava 14m55cm. Os moradores atingidos foram levados para abrigos e para as casas de familiares.
Em toda a Fronteira Oeste, são cerca de 6,5 mil desabrigados ou desalojados. As cidades mais afetadas são Uruguaiana, Itaqui, Quaraí, Barra do Quaraí, São Borja e Santana do Livramento.
Em Quaraí, a Ponte Internacional da Concórdia, que liga o Brasil ao Uruguai, foi interditada devido a uma rachadura de 20 centímetros. Quando o nível do Rio Quaraí baixar para 14 metros, o trânsito de pedestres deverá ser liberado. Ainda não há previsão para isso ocorrer.
— Percorremos os principais pontos alagados, e é impressionante o nível que o rio atingiu. É uma marca histórica que traz diversos transtornos. Estamos focados agora em atender às pessoas — afirma o major Rinaldo Castro, coordenador da Defesa Civil na Fronteira Oeste.
A prefeitura de Quaraí está distribuindo alimentos e água para os moradores, além de brinquedos para crianças mais carentes. Há problemas de abastecimento de água, luz e internet na cidade. Um grupo de moradores se mobilizou para celebrar o Natal à noite na rua e nos abrigos.
— Estamos tentando levar um pouco de calor neste momento complicado. São muitos os prejuízos. Só na área urbana, segundo um levantamento inicial, a perda chega a R$ 2 milhões de reais — informa o coordenador da Defesa Civil de Quaraí, Murillo Junior.
Estão sendo entregues nesta quinta-feira centenas de cestas básicas e lonas para o moradores da cidade. Os demais municípios da Fronteira Oeste seguem sendo monitorados pela Defesa Civil.
Como ajudar
Quaraí precisa de alimentos não perecíveis e de água mineral. A Defesa Civil montou uma central de crise para prestar auxílio aos moradores afetados pelas chuvas no município. Para ajudar, é necessário entrar em contato por meio do telefone (55) 3423-1401. 

Chuva obriga famílias a abandonarem as casas em São Sepé

Nível do Rio São Sepé subiu oito metros

Chuva obriga famílias a abandonarem as  casas em São Sepé Fabiano Fonseca/arquivo pessoal
Foto: Fabiano Fonseca / arquivo pessoal

A chuva que atinge a região desde a última terça-feira, tem espalhado estragos em vários municípios. Em São Sepé, entre a terça e as 15h desta quarta-feira, já havia chovido cerca de 300 milímetros. O acumulado fez o nível do Rio São Sepé subir oito metros acima do normal. De acordo com Edson Bagolin, coordenador da Defesa Civil da cidade, pelo menos 20 famílias, dos bairros Cristo Rei e São Cristóvão, tiveram que sair de casa na manhã desta quarta-feira. A maioria se abrigou nas casas de parentes.
– Quem não tinha para onde ir, abrigou-se na Escola Municipal Jose Gabriel de Moraes Brenner. Desde a manhã de hoje (quarta-feira), a Defesa Civil está trabalhando para para remover os móveis de dentro das casas atingidas. Vamos seguir monitorando o rio, porque ele deve subir ainda mais – afirma Bagolin.
Além disso, a chuva também trouxe problemas no interior de São Sepé. De acordo com a Secretaria de Obras e Saneamento, pelo menos 30 pontes que ligam o perímetro urbano ao interior estão debaixo d’água. Entre elas, a que faz ligação com Cerrito do Ouro, a antiga ponte de ida para São Sepé, conhecida como Ponte dos Morcegos, e a que faz a ligação com o 3ºDistrito, na localidade de Passinhos.
– Vamos aguardar baixar o nível das águas para ver os estragos e o que poderá ser feito – afirma Machado.
Na terça-feira, um casal ficou ilhado durante a chuva forte. Joni Heber, 48 anos, e Suzete Brum, 51, tinham saído de Santa Maria para levar um parente até o distrito de Jazidas. Segundo Joni, cerca de meia hora antes, eles tinham passado pelo local, que fica na localidade dos Passinhos. Ao retornar, não teriam conseguido vencer a correnteza. Um trator foi usado para remover a caminhonete da enchente.
Alerta em Rosário do Sul e Restinga Seca
Em Rosário do Sul, de acordo com o coordenador da Defesa Civil, Iran Najar, o Rio Santa Maria chegou a 5m85cm na tarde de quarta-feira, dois metros acima do nível normal. Em função disso, uma família foi removida de casa, no bairro Areias Brancas. Outras famílias precisaram deixar suas residências no bairro Progresso, mas a Defesa Civil não soube informar quantas. De acordo com Najar, a maioria foi para a casa de parentes.
– Se o rio subir ainda mais, pelo menos 50 famílias precisarão deixar suas casas na Vila Carmelo. Por isso, vamos seguir monitorando o rio. Estamos de prontidão e contando com o apoio do Exército – afirma Najar.

Já em Restinga Seca, até a tarde desta quarta-feira, o nível do Rio Vacacaí estava dois metros acima do normal. Na cidade, entre segunda e quarta-feira, choveu cerca de 200mm. Com o aumento do nível do rio, a abertura da temporada no Balneário das Tunas, que ocorreria nesta quarta-feira, foi adiada. Na tarde de quarta-feira, de acordo com o coordenador do balneário, Robson Machado da Silva, as águas do rio já alcançavam a área do camping.
O Blog Josi Saúde se solidariza com os gaúchos que estão enfrentando neste fim de ano novas enchentes, e, que infelizmente, precisam deixar suas casas por causa do risco de vida que correm. 
A chuva não tem dado trégua, entre pancadas de chuva, há indícios de que o sol vai voltar a brilhar, o nível dos rios vai baixar e as pessoas vão voltar para casa. O abastecimento de água aos poucos vai sendo normalizado, ainda há muitos bairros em São Sepé sem água.
Precisamos torcer por isto e acreditar em um novo dia.  

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