quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

confraternização

'Dr. Bactéria' faz alerta para cuida-

dos necessários na ceia

Biomédico Roberto Figueiredo comenta as dicas de

higiene e conservação que devemos ter com a ali-

mentação

Foto: Divulgação
Com a chegada do final do ano, muitas coisas chegam junto. A alegria de mais um
ano de realizações, a esperança de novos projetos e, principalmente, a felicidade
de reunir amigos e familiares em torno de uma mesa e comemorar tudo o que pas-
sou.
No entanto, se não tomarmos cuidado, a lembrança que teremos destas ceias e
festas não serão as relacionadas com alegria, mas sim com processos doloridos
de diarreia e vômitos, entre outros sintomas que poderão advir de doenças vei-
culadas por alimentos. O alerta é do biomédico e microbiotécnico, Roberto Mar-
tins Figueiredo, o "Dr. Bactéria". 
O especialista explica os principais alimentos envolvidos nestas festas, os micro-
organismos principais que podem acarretar problemas, os erros mais frequentes
que, rotineiramente, acontecem e as principais sintomatologias que podem tor-
nar as festas de final de ano "inesquecíveis".
É o caso dos assados. Pernil, leitão, carnes, cozidos, tender, entre outros, po-
dem ser contaminados com o microorganismo Clostridium perfringens. "Para
isso, o erro frequente das pessoas é assar o produto muito tempo antes do con-
sumo", alerta Figueiredo.
Isso ocorre porque os alimentos ficam por mais de duas horas em temperatura
ambiente ou menos de 60ºC. Quando isso acontece, geralmente entre 8 a 12
horas após comer esses alimentos, as pessoas podem ter dor abdominal e diar-
reia. Algumas vezes, náuseas e vômitos. "Os sintomas duram um dia ou menos
e, usualmente, são moderados. Podem ser mais sérios em pessoas de idade a-
vançada ou debilitadas", adverte o Dr. Bactéria. 
Contaminação
Os alimentos ainda podem ser contaminados pela Salmonella, quando há o pro-
cesso inadequado de cocção (processo onde os alimentos sofrem a ação do ca-
lor, em outras palavras, "cozimento").
"Quando alimentos são mantidos por mais de duas horas à temperatura ambien-
te ou menos de 60ºC - e o seu reaquecimento é inadequado ou ausente - pode
ocorrer a contaminação com essa bactéria", informa.
"Os resultados são os mesmos que citei antes".
A ingestão de produtos crus ou semi-crus também é outro risco na alimentação,
pois pode gerar o microorganismo conhecido como Escherichia coli.
Nesses casos, a sintomatologia pode aparecer após dois ou cinco dias da inges-
tão do alimento.
Pessoas infectadas podem apresentar sintomas leves; outras desenvolvem diar-
reia sanguinolenta severa.
Em alguns casos, a infecção pode resultar em uma doença fatal, chamada Sín-
drome Urêmica Hemolítica. Estão incluídas saladas, frutas, hortaliças (folhosos)
e legumes (maionese, salpicão).
O especialista adverte ainda os cuidados com palmitos e outros enlatados, que
podem ocasionar a toxina botulínica (produzida pela bactéria Clostridium botuli-
num). "Os erros mais frequentes são utilizar o palmito ou outros produtos enva-
sados, sem ferver de 10 a 15 minutos".
Quando há contaminação - geralmente entre 4 a 36 horas após o alimento ser
ingerido, a pessoa afetada pode ter vários sintomas.
"São sintomas neurotóxicos, que incluem visão dupla, dificuldade para engolir,
dificuldade para falar e paralisia flácida e progressiva do sistema respiratório",
alerta Figueiredo.

Atenção também às frutas e doces

A ingestão de frutas e também de alguns doces, típicos das festas de fim de
ano, também exige cuidado. O biomédico e microbiotécnico, Roberto Martins
Figueiredo, o "Dr. Bactéria", prossegue nos alertas. Agora, com as amebíases,
no caso a Entamoeba histolytica. "Isso acontece com a higienização inadequa-
da de hortaliças e frutas. E, quando alguém é contaminado, de três a dez dias
após o contato com o alimento, pode ter cãimbras abdominais severas, hiper-
sensibilidade no cólon e fígado, fezes matinais não compactas, diarreia recor-
rente, perda de peso, fadiga e, algumas vezes, anemia", explica.
Há ainda o risco de se contrair o virus da hepatite. "O erro é o mesmo: a higie-
nização inadequada de hortaliças e frutas. Começa com perda do apetite, náu-
sea, vômito e febre e, depois de três a dez dias, o paciente apresenta icterícia
e urina escura. Os casos severos podem causar danos ao fígado e morte", aler-
ta. 
Nem mesmo as frutas secas estão livres de problemas. Elas podem gerar toxi-
nas de fungos (micotoxinas), se houver a ingestão de produtos embolorados. 
Rabanadas
As famosas rabanadas também não escapam. Se houver fritura inadequada, e-
las podem causar a salmonella, por contaminação cruzada via manipulação ou
 utensílios. Os sintomas ocorrem geralmente de oito a doze horas depois da in-
gestão. "Dor abdominal e diarreia e, algumas vezes, náuseas e vômitos, são os
sintomas, que duram um dia ou menos e costumam ser moderados. Mas podem
ser mais sérios em pessoas de idade avançada ou debilitadas", complementa o
especialista.
Doces cremosos, tortas e bolos, quando são manipulados sem a higiene neces-
sária, podem ser contaminados pelo staphylococcus aureus. "A contaminação po-
de ser provocada por perdigotos - da saliva das pessoas - ou mesmo pelos uten-
sílios", diz Figueiredo.
Geralmente, entre trinta minutos e oito horas após comer, a pessoa vitimada pode
ser acometida de diarreia, vômitos, náuseas, dores abdominais, espasmos, cansa-
ço. "Isso dura de 24 a 48 horas. Raramente é mortal", completa.
Mais informações e dicas, confira no site www.higienedosalimentos.com.br

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