terça-feira, 22 de dezembro de 2015

22/12/2015 às 12h11 (Atualizado em 22/12/2015 às 12h32)

Sobe para 2.782 o número de bebês com microcefalia no Brasil em 2015

Ministério da Saúde informa que 40 morreram; ações contra Aedes aegypti serão intensificadas

O registro recente mostra um aumento de 15,86% em relação ao balanço da semana anteriorDIEGO NIGRO/JC IMAGEM/ESTADÃO CONTEÚDO
Novos dados do Ministério da Saúde apontam um crescimento no registro de bebês com microcefalia no Brasil. Subiu para 2.782 o número de casos de má-formação cerebral, de janeiro até o último sábado (19), em 618 municípios, de acordo com o balanço divulgado nesta terça-feira (22).
O registro recente mostra um aumento de 15,86% em relação ao balanço da semana anterior, quando foram registrados 2.401 casos em 549 municípios de 19 Estados e no Distrito Federal. No mesmo período, o registro de mortes passou de 26 para 40.
Pernambuco ainda é o Estado com maior número de notificações sobre a microcefalia, com 1.031 casos em 150 municípios, e três mortes registradas. O restante dos casos surgiram no Distrito Federal, Goiás, Paraíba, Mato Grosso,  Mato Grosso do Sul, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Pará, Tocantins, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Nesta semana, porém, o ministério deixou de divulgar o registro de casos em que a ligação da microcefalia com o zika vírus foi confirmada, que foi de 134 na semana passada. Segundo o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, profissionais de saúde de alguns estados tiveram dúvidas em relação ao protocolo de notificação, e por isso a publicação foi interrompida.
Resposta do governo
Para complementar a estratégia do Ministério da Saúde no combate ao Aedes aegypti, a presidente Dilma Rousseff editou decreto publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira para criar uma sala de controle e enfrentamento da dengue e dos vírus chikungunya e zika. A ideia é que o grupo defina as diretrizes na luta contra o mosquito.
A sala ficará localizada na Secretaria Nacional da Defesa Civil, mas será coordenada pelo Ministério da Saúde. O grupo também contará com representantes dos ministérios da Integração Nacional, da Defesa; da Educação; do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, bem como da Casa Civil; e da Secretaria de Governo da Presidência da República.
Zika e microcefalia
Como relatam especialistas ao R7, em alguns casos, a relação com o zika já foi comprovada, mas ainda não se pode afirmar que todos os casos relatados foram causados pelo vírus. Na grande maioria deles, as mães não fizeram o diagnóstico de zika durante a gestação, e as crianças ainda não foram examinadas neste sentido para saber se foram infectadas em algum momento.


De acordo com o Ministério da Saúde, outro mito relacionado à microcefalia é o de que alguns dos casos teriam sido causados por aplicações de vacinas vencidas. Em nota oficial, o ministério afirma que não há qualquer registro na literatura médica nacional e internacional sobre a associação do uso de vacinas com a microcefalia.

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