quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Entenda como o Zika Virus age no organismo e conheça o teste disponível para sua detecção

Transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, mesmo transmissor da dengue e da febre chikungunya, o Zika Virus foi descrito pela primeira vez na África, em 1947. Os primeiros casos de transmissão dessa doença foram registrados no Brasil       em abril deste ano, em Camaçari, na Bahia; porém, já foram notificados casos em 18 Estados brasileiros, como Amazonas, Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Maranhã, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins.
“O Zika causa febre, manchas avermelhadas pelo corpo, coceira generalizada e conjuntivite. Pode ainda ocasionar dores de cabeça, articulares e musculares, sintomas esses que duram de três a cinco dias”, afirma Dra. Ligia Pierrotti, infectologista que integra o corpo clínico do Alta Excelência Diagnóstica.
“A infecção durante a gestação, principalmente durante o primeiro trimestre da gravidez, quando a estrutura do bebê ainda está em formação, pode causar alterações do sistema nervoso central do feto em formação, ocasionando microcefalia e calcificações cerebrais”, destaca Dra. Ligia, lembrando que a transmissão do vírus de mãe para feto se dá através da placenta.
Dr. Alberto Chebabo, infectologista que também integra o corpo clínico do laboratório Alta, explica que o exame realizado para detecção é o isolamento viral por técnica de RT-PCR, tanto no sangue quanto em outros materiais clínicos, como líquor, urina e saliva.
O RT-PCR é um exame de Biologia Molecular amplamente utilizado para procurar o genoma de determinados vírus nas amostras coletadas, verificando se há expressão gênica. “Se há uma proteína específica naquela amostra, significa que foi mapeado um RNA específico no resultado – no caso, o RNA do vírus Zika”, explica Dr. Chebabo. O método consiste em multiplicar a quantidade de RNA do vírus na amostra coletada, ou seja, amplificar o material genético do vírus para que seja possível identificá-lo quimicamente. “É um teste de alta complexidade”, reforça o médico.
Casos de microcefalia
O Brasil registra 1.761 casos suspeitos de microcefalia em 422 cidades de 14 estados, conforme o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. Já está comprovada cientificamente a relação entre o Zika Virus e a microcefalia, que é um sinal de que o cérebro não se desenvolveu corretamente dentro do crânio. A medida padrão da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 32 centímetros para a triagem de bebês suspeitos. Com 33, o tamanho do crânio é considerado normal. “As imagens radiológicas do cérebro das crianças afetadas mostravam traços padronizados de calcificações característicos de infecções. Foi encontrado, em seguida, o vírus no líquido amniótico de grávidas e depois nos tecidos e no sangue de uma criança com microcefalia que veio a óbito”, afirma Dr. Heron Werner, ginecologista, obstetra e especialista em Medicina Fetal que também integra o corpo clínico do Alta Excelência Diagnóstica.
Ele afirma que a microcefalia pode ser detectada durante o Ultrassom realizado no próprio pré-natal, e em casos onde haja dúvida, pode ser realizada uma ressonância magnética para uma melhor averiguação. “Caso a gestante tenha tido infecção por Zika Virus, isso não significa que necessariamente seu bebê desenvolva a microcefalia. No entanto, se isso ocorrer, o bebê sofrerá complicações neurológicas, intelectuais e complicações motoras significativas”, afirma ele. 

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