quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

9/12/2015 às 16h50 (Atualizado em 10/12/2015 às 15h40)

Com epidemia de zika vírus, ministro diz que governo vai distribuir repelente para grávidas


Marcelo Castro disse que "Brasil errou ao ser condescendente com Aedes aegypti"
Marcelo Castro disse que ministério não poupará esforços para tentar eliminar o mosquito e acabar com as epidemias de dengue, zika e microcefaliaElza Fiuza/ Agência Brasil
Devido à explosão de casos de microcefalia com suspeita de ligação com o zika vírus, o ministro da Sáude, Marcelo Castro, afirmou que o governo federal irá distribuir repelentes para as grávidas em todo o País. A declaração do ministro foi dada durante participação em evento do LIDE (Grupo de Líderes Empresariais) na tarde desta quarta-feria (9), em São Paulo. A procura por repelentes aumentou e, principalmente no Nordeste, muitas farmácias já não têm mais estoque do produto. 
Segundo Castro, a decisão foi tomada na noite desta terça-feira (8), em reunião com a presidente, Dilma Rousseff. O ministro ainda explicou que vai pedir ajuda do Exército para a produção do repelente, já utilizado por militares.
— Já vou conversar com o Exército para aumentar a produção e pedir que isso seja feito o mais rápido possível. Anda não temos como dar um prazo para isso acontecer, mas queremos que seja o quanto antes.
Segundo o ministro, o Nordeste é a área prioritária das ações, mas todas as grávidas do País terão acesso aos repelentes.
Além disso, o ministro fez uma crítica Brasil, admitindo que os governos foram condescendentes com o mosquito transmissor.
— Houve certa contemporização ao longo dos anos com mosquito da dengue e não podemos contemporizar com o mosquito, pois ele mata.
O vírus é transmitido pelo Aedes aegypti, mosquito que também transmite a dengue e a chikungunya, e o ministério recomenda atenção total à prevenção e combate. A recomendação é eliminar os focos do mosquito em água parada e se proteger com roupas compridas como calças e blusas longas, principalmente para as grávidas.
— Repelentes, telas, calças compridas e sapatos fechados, especialmente no caso de mulheres grávidas são recomendados. Não é pra ninguém entrar em pânico, mas tem que tomar o máximo de cuidado. É uma epidemia microcefalia gravíssima.
Em todo o País houve aumento alarmante da dengue (176% em relação à 2014) e já foi comprovada a relação entre o zika e a microcefalia em bebês, epidemia que cresce a cada dia no Brasil. Até dezembro, foram registrados 1.761 casos de microcefalia e ainda não se sabe quantos destes estão ligados ao vírus zika.
O secretário estadual de saúde, David Uip, afirmou que todos precisam dar mais atenção à epidemia de zika e a ligação com a microcefalia.
— Temos uma emergência nacional. Isso não acontecia desde 2017, e por isso todos os estados precisam dar maior atenção ao caso. Para cuidar de uma epidemia, a opções são vacina e remédio, mas neste momento não temos nenhuma das opções. Então a melhor maniera de combater essas doenças é matar o mosquito. Pedimos o apoio da população para lutar contra o transmissor.
Uip ainda disse que os governos estão se associando ás universidades, "que têm a missão de ajudar a responder às duvidas sobre contaminação".
Vacina contra a dengue
O Ministro ainda comentou sobre a vacina contra a dengue. Segundo ele, é preciso simplificar os procedimentos na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para desburocratizar e agilizar a análise de novos medicamentos.
—  Temos dois pedidos na Anvisa, um do laboratório Sanofi e outro do Butantã, mas é preciso que a comprovação da efetividade da vacina seja analisada. A informação que a gente tem é que a cobertura seria em torno de 80% a diferença básica é que a do Butantã seria apenas uma aplicação e a da Sanofi, três. A vantagem do Sanofi é que a tecnologia já está pronta. A do Butantã ainda está em fase de análise.

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